sábado, 7 de janeiro de 2012

Dias 11 (Coroico - Potosí), 12 (Potosi - Jujuy), 13 (Jujuy - Posadas)

Reta final!!!!!!

Pedimos desculpas pela ausência de notícias nos últimos dias, mas o negócio foi bruto.
Comecemos pelo começo. Depois de concluída a Carretera de la Muerte (o ponto ato da viagem) ficou até meio sem graça postar, porque qualquer coisa ia ficar menor perto do que vimos por lá. Além disso, desde então, os dias foram puxados, porque fomos acometidos da "síndrome da vontade de voltar pra casa". É sempre assim. Depois de atingido o ápice da viagem, começa a dar aquela queredeira violenta de chegar logo em casa e aí, é só "milha pra dentro". Quando fui a Ushuaia, pra se ter uma idéia, fiquei 19 dias "descendo" e voltei em apenas 5.

Meio que por causa da síndrome, fomos analisar os mapas pra ver se voltaríamos pelos caminhos programados a partir de Coroico. E decidimos abortar o Salar de Uyuni. Não tanto pela distância, mas porque as rotas até lá seriam, na maioria, de terra (coisa de mais de 800 km de chão pra chegar lá e de lá na fronteira com a Argentina). Então, dropamos Uyuni e resolvemos ir por Potosí, a cidade mais alta do mundo. O melhor da história é que na fronteira da Bolívia com a Argentina, no dia seguinte, descobrimos que essa foi uma das decisões mais acertadas da viagem, porque o salar de Uyuni está inteiramente alagado e a ida até lá ia ser perda de tempo.

Em compensação, ganhamos a oportunidade de conhecer Potosí, uma cidade bem bacana para os padrões que encontramos na Bolívia. Cidade histórica, onde ficamos hospedados num hotel bem razoável, chamado Hotel Paula. Jantamos no que, provavelmente, foi o melhor restaurante da viagem: El Fogon! De destaque, o visual impressionante. Realmente, a Bolívia vale a pena pelo visual. Descontado o absurdo da dificuldade pra turista comprar gasolina, a viagem pelo país é incrível. Aquelas paisagens com uma estrutura bacana pra receber turistas, poderiam seguramente gerar uma estupenda fonte de receita para o País. Além disso, passamos um frio do cão!!!!!!!! Edu quase teve hipotermia!!!!! Frio monstro com chuva, quase que o tempo todo. E Montanha, com sua moto de "tanque curto", ficou bastante preocupado com a possibilidade de ficar sem combustível de novo. Mas deu tudo certo!

Saímos bem cedo, rumo a Villazon, na fronteira com a Argentina. Mais um dia de cenários incríveis. Mais um dia de muito frio. Sempre acima dos 4.000 m de altitude e, a exemplo do dia anterior, sempre girando entre 2 e 5 graus positivos. O problema do dia foi cruzar a maldita fronteira. Na Bolívia, tudo numa boa, alguma demora, nada fora de série. Mas na Argentina, foi um perrengue digno de país de quarto mundo!!!!!! Demoramos quase 3 horas pra fazer a maldita alfândega. Gritamos, xingamos, esperneamos, blefamos, fizemos de tudo. A nossa "anja da guarda"  foi uma senhorinha que foi com a nossa cara e deu um jeito de nos ajudar no que pode, senão provavelmente estaríamos por lá até agora.... No caminho, conhecemos Mary, uma americana rodando sozinha numa GS650, que começou a viagem nos EUA e está descendo, Está viajando há 5 meses, sozinha, com um intervalo de 10 meses em função de um acidente quando cruzava a Colômbia. Quebrou as pernas, deixou a moto por lá, voltou pra casa pra se curar (10 meses no estaleiro) e desceu novamente pra continuar a viagem. Isso sim é ccoragem... Ainda deve ficar viajando mais uns dois meses e depois volta pra Seattle. Demos uma força pra ela na alfandega (ela não fala portugues nem Espanhol), senão provavelmente também estaria por lá até agora...

Chegamos a Jujuy no final da tarde/início da noite. Como sempre, planejamos saír, achar um bom restaurante na cidade, blábláblá, mas o cansaço venceu e chafurdamos na cerveja e no bife de chorizo no próprio hotel (mais uma vez o excelente Howard Johnson Jujuy, indicação do Luizinho Leão).

Hoje, saímos bem cedo, 6:30 da manhã. Pra não fazer a mesma bobagem da primeira passagem por Jujuy, já abastecemos a moto no dia anterior e sentamos a bota na estrada. O plano era fazer 1.200 km até Posadas, pra dormir perto da fronteira. Este é o mesmo trecho da ida, que permite andar rápido e com segurança. Assim, deveria ser moleza. Pois é, deveria... não fosse a moto de tanque manco do Montanha começar a abrir o bico no primeiro posto que não tinha gasolina (esse negócio aqui na Argentina realmente tá irritante...). Assim, 200 km após a saída de Jujuy tivemos que baixar a velocidade pra 80 km/h pra economizar a gasolina do Montanha. Aí, a média horária foi pro vinagre. Mas sem problema absolutamente nenhum. Compramos galão, amarramos na moto do Montanha e fomos parando em tudo quanto é posto e ele conseguiu chegar em Posadas com DOIS litros no tanque. Umas 3 horas além do que deveríamos (ainda estamos pensando na MUUUUUULTA à qual ele fará jus...), mas chegamos. :-D

Nada de especial neste trecho, apenas um calor dos infernos ainda mais infernal do que o da ida (o termômetro bateu em 40 graus). Agora, a última janta do caminho, e amanhã, Curitiba!!!!!!

Na sequencia, baixo as fotos que ainda não foram postadas e faço um post com elas.

Um comentário:

Feerh disse...

Fiquei sabendo do acidente com a moto do meu pai!!! Isso é que é aventura!!! Bjos, Fefê e Clacla