sábado, 31 de dezembro de 2011

Dia 05.2 - Fotos da noite em Arequipa

Já que amanhã saímos de madrugada pra chegar cedo em Cuzco e nos prepararmos pro "reveillon", vamos às fotos da noite Arequipeña.

Pisco sour na cabeça!



Dia 05 - Iquique - Arequipa - 730 km

É, pelo jeito não vai ter dia sem perrengue... hoje não era propriamente light (730 km já começa a cansar), mas também não era pra ser dia de 12 horas de viagem. Mas foi... graças às aduanas do Chile e do Peru e ao tráfego impressionante de caminhões próxima da chegada a Arequipa.

Conmeçamos com um dia totalmente nublado em Iquique. Pegamos a panamericana e começamos a subir rumo à fronteira com o Peru. Demos um tiro longo de 320 km até Arica. Muita pobreza por toda a cidade. Aliás, ontem comentei da beleza da avenida beira mar em Iquique. Pois é, a beleza acaba por ali. Duas quadras pra trás, a pobreza se instala e só o que se vê são construções bem humildes, muitas delas, piores do que as que vemos em muitas favelas do Brasil. Isso me despertou uma reflexão: muitas vezes vemos justificativas para a criminalidade alicerçadas na suposta diferença social. Me parece que, se esta justificativa se bastasse, Iquique seria praticamente uma zona de guerra, e não um lugar de baixíssimo índice de criminalidade. Em poucos lugares me recordo de ver tanta diferença de poder aquisitivo, instalada de forma tão gritante e em patamares tão opostos. Para pensar...

Seguimos de Arica até a fronteira de saída do Chile. E aí, como postei no FB, começou a decepção. Sempre tive o Chile como um modelo em termos de América do Sul, Mas nem tudo é perfeito. Ao chegar na alfândega, é necessário um formulário em 4 vias que só é vendido na própria alfandega! E como todo turista que se preze, demos cabo de todos os nossos pesos chilenos ANTES de chegar na alfandega. Ou seja, fomos vítimas da sacanagem institucionalizada e tivemos que comprar os formulários em dólares e no paralelo. E, somado a isso, mais uma daquelas demonstrações de pequenos poderes por parte dos guardinhas da fronteira, que são os donos do pedaço da alfândega e fazem questão de deixar isso bem claro esbanjando mal humor, falta de educação e grosseria. Mas calma! Ainda faltava a fronteira do Peru, 50 metros a frente...

Para registrar a entrada nos passaportes tudo correu ok. Mas aí tínhamos que fazer a entrada das motos no sistema de importação temporária. Depois de quatro carimbos nas vias que sobravam daquele formulário de 4 vias da fronteira anterior, fomos indicados a uma casinha onde o cara faria esse processo. Espera, demora, espera mais um pouco, me emputeci e fui atrás de saber o que diabos estava acontecendo. E descobrimos! O responsável estava prosaicamente desfrutando de seu almoço... e pior! assim continuou pelo tempo que julgou necessário e os babacas aqui esperando feito uma coleção de dois de paus no canto da mesa... Mas ok, passamos e o único problema resultante das mais de duas horas desperdiçadas nos trâmites fronteiriços foi que isso jogou a viagem toda mais pra frente e termos de horário e luz do sol. Quando entramos no Peru, descobrimos que ganhamos duas horas, pois estávamos duas horas atrás do Chile (que já estava uma hora atrás do Brasil). Mas isos não representou grande coisa, uma vez que aqui anoitece bem cedo (por volta das 18h30). Em função disso, ralamos cerca de 50 km no escuro. Uma estrada muito cheia de curvas, com muitos caminhões bastante agressivos. Ou seja, mais um perrenguezinho básico pra surrar a carcaça.

Na chegada em Arequipa, parece que entramos em outro mundo. A simpatia das pessoas é impressionante!!!!!! Conseguimos um hotel bem na praça de armas (Sonesta). E entre entrar no hotel, descarregar as motos e ir ao estacionamento pra guardá-las, conhecemos um pessoal de cascavel que veio colocar a camionete a disposição se precisássemos de alguma coisa, um carinha de um moto clube que veio conversar comigo e me deu um patch de jaqueta do moto clube dele, super empolgado, e uma senhora que estava com outras duas pessoas num carro e fez questão de vir atrás de nós pra nos orientar pra tomar cuidado na viagem pra Cuzco porque está chovendo muito por lá e a estrada tem muita curva. Uma simpatia! Queridíssima! O tipo de coisa que adiciona brilho a uma viagem como esta.

Amanhã, o objetivo final da ida, Cuzco!!!!!!!

Ontem a noite em Iquique, mandando umas Iquiquenhas (nomezinho tosco pra uma cerveja...)




Olha o cão!!!!!!! tarado por sorvete! Nós almoçamos sorvete as 18h neste posto, e o cão ficou rondando até conseguir sorvete. Joguei um final de sorvete no palito, o lazarento botou o palito inteiro na boca, demorou um pouco, e cospiu o palito sem nenhum sorvete. Pensa num cão treinado!!!!!







Chegada em Arequipa. Reparem os sorrisos. Parece que teve perrengue???? :-)

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Dia 04 - San Pedro de Atacama - Iquique - 480 km

Depois da incursão dos meninos ao Vale de la Luna, pegamos a estrada por volta de 12:30 rumo ao Norte, com o objetivo de chegar a Iquique. Seria mais um dia light, de menos de 500 km. E demos sorte no clima, que esteve perfeito durante todo o trajeto. Na saída de San Pedro seguimos pelo "outro lado" do Deserto do Atacama. Por cerca de 100 km, mais uma demonstração da beleza solitária do deserto. Passamos por várias minas, uma das principais fontes de riqueza do Chile.

A primeira cidade do trajeto foi Calama, onde abastecemos as motos, embora ainda tívessemos rodado pouco pra evitar problemas com gasolina mais pra frente. Almoçamos e voltamos pra estrada, com mais uns 150 km rodados até finalmente encontrarmos o Pacífico, do outro lado do continente. Chegamos a Tocopilla, e neste ponto, fizemos a cagada coletiva do dia. Nem nos passou pela cabeça abastecer, já que haviamos praticamente acabado de abastecer em Calama e seria necessário um pequeno desvio para entrar em Tocopilla. hehehehe... já devem estar adivinhando, certo? Pois é... De Tocopilla até Iquique seriam 240 km de um visual espetacular, o tempo todo percorrendo uma estrada perfeita, incrustrada entre a Montanha a 50 metros à direita, e o oceano a 50 metros à esquerda. Com apenas um detalhe: absolutamente nenhum posto de gasolina!!!!!!

Esta rota que percorremos é a 01 do Chile, o que me levou a crer que deve existir algum acordo entre os países para batizarem suas rotas mais bonitas que percorrem paralelamente ao oceano com o número "01". É assim nos EUA, onde a US01 margeia o oceano com falésias abundantes entre San Francisco e Los Angeles; posso estar sendo traído pela memória, mas penso que na Australia umas das rotas que margeia o oceano se chama 01; e é assim aqui no Chile. Bonito, muito bonito mesmo. Mas completamente isolado. O que, como já vimos, é um problema para a moto do Montanha que tem menor autonomia...

Chegamos a um posto fiscal do Chile quando faltavam cerca de 180 km para chegar a Iquique. E ali descobrimos que não havieriam postos até Iquique. Fizemos as contas e a moto do Montanha ia ter que rodar 390 km com um tanque. Na média, o limite era de 330 km... Decidimos ir em frente (até porque não havia outra alternativa) com a mão bem leve, e seguimos viagem a 90/100 km/h para economizar combustível. E funcionou!!!!!!! Com este ritmo mais leve, a moto do Montanha subiu sua autonomia de 330 km para 350 km!!!!!! Mas infelizmente, a gente precisava de 390 km... :-(

Ou seja, 40 km antes de Iquique, pane seca!!!!!!!!!

Mas não nos abatemos! Aí começou o lado Magaiver (é assim que se escreve?????) da galera. As outras duas motos tinham gasolina de sobra no tanque, portanto o desafio era conseguir tirar gasolina de uma das motos e passar pra moto do Montanha. Edu conseguiu achar uma mangueira no meio do deserto!!!!!!! Meio ressecada, o que exigiu um trabalho artesanal pra selar os buracos com silver tape. O problema é que era uma mangueira toda curva, e não conseguimos chegar na gasolina do tanque das motos com aquela mangueirinha...

Tentamos parar alguns carros para pedir ajuda, mas ninguém tinha uma mangueira pra emprestar. Como o que não tem solução solucionado está, o jeito era um de nós ir a Iquique buscar gasolina e voltar pra abastecer a moto do Montanha... lá fui eu pela estrada, meio injuriado com os 120 km que ainda ia ter que rodar quando já achava que estava chegando (40 pra ir, 40 pra voltar, e mais 40 pra ir novamente). Enquanto praticava meu zen budismo debaixo do capacete pra me conformar com o que naquele momento não tinha solução, cheguei ao aeroporto de Iquique, uns 5 km à frente de onde estávamos com as motos. Aí estava a solução!!!!! Entrei no aeroporto e saí pedindo por mangueira nas locadoras de carros e depois aos taxistas e uma boa alma conseguiu uma mangueira pra gente. Voltei rapidão certo que o problema estava resolvido... Mas a mangueira era muito curta! Como as motos ainda tinham gasolina mas ela estava no fundo do tanque (os tanques destas motos são divididos em dois compartimentos), a mangueira não alcançava a gasolina. E demorou pra descobrir isso, com o Montanha enchendo a cara de gasolina de tanto tentar puxar o combustível de dentro do tanque. Já tava ficando doidão!

Quando a viola já estava em cacos outra vez e já havíamos desistido de chegar ao combustível dos tanques com aquela mangueira curta, veio a última idéia salvadora do dia! Deitar a moto!!!!!! E assim fizemos, deitamos a moto do Edu, o que colocou a gasolina do tanque toda pra um lado só. Montanha aspirou com força, ficou doidão de vez porque a gasolina veio com força, botamos a gasolina em uma garrafa de agua que tínhamos na moto, improvisamos um funil com outra garrafa pet que encontramos no deserto e voilá! A moto do Montanha já tinha gasolina pra chegar a Iquique.

Chegamos, abastecemos as motos e nos hospedamos no Holiday Inn de Iquique, de frente pro mar! Iquique é uma cidade no meio do nada, com zona franca, e prédios muito bonitos na orla. Grande número de bares e restaurantes e muita gente circulando na beira-mar. O cenário perfeito para nosso último dia no Chile.



Primeira vista do Pacífico, cidade de Tocopilla
















E aqui começou o perrengue...
Magaiver em ação!!!!!!!


Montanha ficando doidão de tanto tomar gasolina
E pra fechar o dia com chave de ouro, o por do sol no Pacífico da janela do quarto do hotel

Dia 04 - Vale de la Luna

Como comentei, o dia ontem começou com uma incursão do Edu e do Montanha ao Vale de la Luna enquanto eu atualizava o blog e dava refresco pro esqueleto no hotel. Trata-se de uma região de características únicas, com paisagens ao mesmo tempo desoladas e atraentes. Os dois aproveitaram para exercitar seus dons de modelos fotográficos (especialmente o Montanha....). O desempenho dos meninos foi tão brilhante que resolvi fazer um post específico só pras fotos do Vale. Assim, aí vão as fotos das "Pretenders no Vale de la Luna". Atenção especial ao desempenho do Montanha, com direito até a fotinha segurando a jaqueta no ombro... :-D



Olha o detalhe da perninha.....



Essa é a melhor!!!!!!!!!! Lindooooooooooooooo!!!!!!



Que diabos será que ele está apontandinho??????







Arrumando o cabelinho pra sair bonitinho na foto!!!! :-D